segunda-feira, 13 de junho de 2011

Soneto pós-estréia

Hoje, no ensaio de manutenção: cansaço, ajustes, organização e um turbilhão de sensações. Ainda sinto coisas novas, ainda me atravessa as entranhas esse danado desse véu carmim. E, por um acaso, me bati com um soneto. Meio torto, mas também assim... são tantas as possibilidades, afinal.

Dança do Ventre


Torva, febril, torcicolosamente
N'uma espiral de eléctricos volteios
Na cabeça, nos olhos e nos seios
Fluíam-lhe os venenos da serpente.


Ah! Que agonia tenebrosa e ardente!
Que convulsões, que lúbricos anseios,
Quanta volúpia e quantos bamboleios,
Que brusco e horrível sensualismo quente.


O ventre, em pinchos, empinava todo
Como réptil abjecto sobre o lodo,
espolinhando e retorcido em fúria.


Era a dança macabra e multiforme
De um verme estranho, colossal, enorme,
Do demônio sangrento da luxúria!


Autor: Cruz e Sousa

Um comentário:

  1. De fato, combina muito com o ensaio de manutenção! Foi babaaaaaaado rsrsrs

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