quinta-feira, 21 de abril de 2011

Novas contribuições do Projeto Viver ao espetáculo Véu Carmim

No dia 15 de abril conversamos com a psicóloga Milena Matias do Projeto Viver. Dessa conversa, que durou aproximadamente uma hora, destaco o cuidado de Milena em evitar qualquer tipo de tipificação, ainda que nossas perguntas em algum momento possam ter incorrido nesse erro. Não dá para falar em reações mais comuns ou em um modo de agir típico de uma mulher em situação de violência sexual, cada indivíduo que vive uma experiência como essa é um sujeito com desejos e necessidades próprias. Além do mais, cada caso tem suas especificidades e nem sempre o que mais importa é o momento da violência. Há casos em que condições que geraram a violência, o fato de haver uma relação prévia com o agressor ou a reação da sociedade tem mais impacto do que o próprio ato.  Milena ressaltou ainda o caráter artístico da nossa experiência, que nos dá liberdade para reelaborar a realidade ao nosso modo, ainda que tenha sugerido cuidado com a representação de atitudes extremas por parte da personagem, considerando o perfil que apresentamos. Mais uma vez, o diálogo com os profissionais do Projeto Viver, mostrou-se muito enriquecedor. Saímos de lá, tendo reforçado a importância da dimensão do jogo presente em Véu Carmim, pois isto tornará cada sessão desse espetáculo única, sem fechar um discurso sobre como alguém reage a uma situação de violência sexual. 

Um comentário:

  1. É... A situação é a mesma juridicamente, mas ela é, ao mesmo tempo, única e pode interferir de diversas formas na pessoa que vivencia isto. Tudo pode acontecer. E diante de tantas possibilidades, vamos oferecer algumas para o público!

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