segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Nova lei de estupro

Eis a alteração em tela:

Estupro

Art. 213 Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

Nova redação:

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

Atentado Violento ao Pudor

Art. 214 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.



http://jus.uol.com.br/revista/texto/13359/a-nova-lei-do-estupro

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Pesquisando...

Nos primeiros dias de ensaio, quando ainda discutíamos o que exatamente queríamos com o projeto, tive necessidade de procurar informações sobre o tema trabalhado. Estupro é um tema delicado e desde o começo buscamos trabalhar com responsabilidade. Então, era preciso pesquisar bastante. A violência sexual raramente é abordada pelas vítimas, o que dificulta um pouco a pesquisa. Colhi depoimentos na internet, relatos feitos em delegacias e em blogs onde as vítimas permaneciam anônimas. Li muitas histórias, um amontoado de fatos que nos ajudou na construção da dramaturgia do espetáculo, mas os relatos não eram suficientes para compreender como um acontecimento marcante como este pode afetar o íntimo da mulher. Começamos, então, a entrar em contato com Instituições que trabalham com vítimas de violência sexual e que poderão nos dar uma visão mais clara da situação da mulher e nos orientar sobre como abordar o tema com responsabilidade, capacitando-nos para lidar com as possíveis reações do público.

Começamos os ensaios: exercício de imaginação, construção da personagem, criação do argumento da peça, organização dos fatos e das idéias... A dança, a dor da humilhação e a culpa. Muito forte e muito intenso. Tenho terminado os ensaios sempre muito cansada. Há muito o que discutir ainda, mas estou cheia de gás. Vamos nessa!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ensaiando!

Com um escopo do trabalho delimitado, que já incluia a nossa meta artística e a temática com a qual estamos trabalhando, iniciamos o trabalho de construção da narrativa cênica a partir da improvisação. No primeiro ensaio, propus um exercício de imaginação com o qual começamos a construir a cena do estupro sofrido pela personagem. Nos ensaios seguintes, trabalhamos com um exercício de interrogatório enquanto a atriz dançava. Em casa, selecionei e reorganizei as informações produzidas em um roteiro baseado no formato de um documento de game design, afim de usá-lo como base para as improvisações seguintes. Estabelecendo uma visão geral do espetáculo e um contexto, com a gênese da personagem e o enredo da peça. Três semanas depois do início do processo já temos uma estrutura dramática definida, passagens do texto verbal da personagem e ações físicas construidas. Hoje trabalhamos com um exercício desenvolvido por Boal, analisando físicamente as vontades e contravontades da personagem que estamos compondo. E o processo continua...

Preparativos

A proposta de trabalharmos juntos começou com um projeto de montagem da peça "Valsa no 6", de Nelson Rodrigues, em 2006. Depois, pensamos em trabalhar com um curta-metragem a partir de uma idéia de aborto provocado pela dança do ventre. Refletindo sobre um motivo forte que pudesse levar alguém a abortar, chegamos à violência sexual. Por fim, essa temática ganhou mais importância e tornou-se o foco do nosso trabalho.O texto de Nelson Rodrigues tornou-se uma inspiração para o desenvolvimento da linguagem do texto e o aborto, um dos pontos de discussão da peça.

Já começamos a ensaiar, no dia 07 de fevereiro. Em breve, divulgaremos a data de estréia.